FAQ - Perguntas Frequentes
O que significa BDSM?
BDSM é um acrónimo para a expressão "Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo" um grupo de padrões de comportamento sexual humano. A sigla descreve os maiores subgrupos:
- Bondage e disciplina (BD)
- Dominação e submissão (DS)
- Sadismo e masoquismo ou sadomasoquismo (SM)
Bondage e Disciplina
Dentro dessa categoria temos o(a) bondagista ativo(a), que é aquele que imobiliza o outro parceiro(a) (com vários estilos de amarrações, simples ou complexas, de origem oriental (shibari, etc.) ou ocidental (termo bondage), com cordas finas ou grossas, cadarços e outros materiais; imobilizações com fitas isolantes, papel filme, silver tape, outras fitas colantes; com algemas, prendedores, na Cruz de Santo André, na roda, em mecanismo medievais de madeira próprios,etc.).
Técnicas de restrição de sentidos (venda nos olhos, uso de capuz fechado e similares) também são consideradas bondage.
Temos também o fetiche da disciplina, aonde um disciplina e outro é disciplinado. Disciplina é aqui entendido como obrigar ou treinar alguém a fazer alguma atividade ou a adotar certas condutas ou regras.
Sendo este um fetiche no qual ocorre muitas das vezes uma teimosia proposital por parte do parceiro(a) que está sendo disciplinado(a), pois lhe agrada a sensação de ser repreendido, dificilmente ele é praticado em conjunto com o fetiche da Dominação/Submissão.
Esses dois conceitos de Bondage e Disciplina muitas das vezes se confundem, mas se trata de fetiches fundamentalmente distintos.
E embora o conceito de bondage pareça estar incluído na dominação e submissão ou sadomasoquismo, há relatos de quem já viu praticantes exclusivos de bondage, sem conotação de dominação ou de sadismo, apenas pela arte da imobilização; então, por isso, percebe-se, embora geralmente inserido num contexto D/s, ser dotado de possível autonomia, sendo correta a sua menção em separado.
Já a disciplina tipicamente é um fetiche à parte, muitas das vezes entrelaçado com certas parafilias e outros fetiches (como poney play, dogplay, furry, etc...).
Dominação e Submissão
É um fetiche caracterizado pelo elemento controle. O dominante comanda e controla as ações do submisso, que se submete pelo prazer de servir de forma consensual.
Esta serventia pode ter inúmeros formatos assemelhando-se à relacionamentos não-consensuais, entre eles o de um relacionamento entre mestre(a) e escravo(a), mestre(a) e servo(a), dono(a) e posse e até mesmo o de uma divindade e seu fiel adorador.
Existem várias práticas que podem ser entrelaçadas à dominação e submissão.
Por exemplo, o controle da conduta do(a) submisso(a) através de relatórios diários, o dogplay, em que o(a) submisso(a) se comporta como um cão, o foodplay “brincadeiras com comida”, em que se pode, por exemplo, usar o(a) submisso(a) como um prato, colocando-se comida em cima dele(a) (como os filmes em que se come sushi em cima de uma japonesa), a dominação psicológica, em que o dominante molda ou tenta moldar (mais adiante falarei sobre essa polêmica) a psicologia do(a) submisso(a), seus gestos, atitudes e até pensamentos conforme seus gostos e preferências.
Na verdade embora essas práticas estejam aparentemente ligadas à dominação e submissão, isso não é verdade absoluta, pois o que determinará se uma prática é de dominação e submissão é a intenção dos praticantes com aquilo. Se há intenção de dominação e controle, então estamos diante de uma prática num contexto D/s.
Dominação psicológica
A dominação psicológica são os atos do(a) dominador(a) para moldar ou tenta moldar o psicológico do(a) submisso(a), seus gestos, atitudes e até pensamentos conforme seus gostos e preferências.
Ninguém discorda que é possível dominar fisicamente uma pessoa, agora quanto a sua mente, há controvérsias.
Claro que uma dominação que se restringisse a práticas físicas seria superficial, mas se acreditar que alguém se deixará dominar totalmente de modo psicológico por outra pessoa é ser, no mínimo, ingênuo. A mente é um lugar onde só nós mesmos podemos acessar; é como uma casa onde só nós podemos entrar, mas conseguimos trocar cartas com os moradores da nossa vizinhança. Então, que o dominador consiga moldar gestos e atitudes e até algumas idéias é possível, mas que ele controle os pensamentos, dos quais nem o(a) próprio(a) escravo(a) tem controle (pense no fluxo de pensamentos constante que imunda sua mente; tente parar de pensar por um minuto sequer... você consegue?) é uma utopia.Mas é possivel para muitas pessoas. Muitos dominadores(as) usam entrar na mente de seus submissos como, com chantagens emocionais, onde o medo do submisso de perder a pessoa idolatrada fala mais alto e então se deixa dominar a mente.
Sadismo e Masoquismo
Sadismo, é o prazer que se sente em ver o outro sofrer ou gosto em fazer o outro sofrer; é o prazer em ver o outro sentir dor física ou psicológica.
Masoquismo, é o prazer em sentir dor ou o gosto em senti-la, é prazer pela dor ou a dor pela dor, seja física ou psíquica.
Essas condutas podem ser sexuais ou não, embora geralmente o sejam.
Exemplo de práticas sádicas clássicas: spanking (bater na pessoa com a mão, chicotes, palmatórias, galhos, colheres, metais, etc.), uso de agulhas (prática hard, consiste em penetrar agulhas na pele da masoquista, para fazê-la sofrer), privação de comida ou água por um tempo, para que a masoquista passe fome e sede, cutting (cortes ou marcas na pele com lâminas frias), branding (cortes ou marcas na pele com lâminas quentes, em brasa), suturas (“costura” de partes da pele, como boca, órgãos genitais e outros, impedindo certos movimentos ou fechando certas aberturas), amarrações em posições que ocasionem dor, etc. ou qualquer outra prática que vise o sofrimento físico ou mental, pois, como dito acima, embora existam práticas que geralmente são associadas a um grupo do BDSM, o que importa realmente é a intenção dos agentes. Um exemplo: o spanking, prática geralmente relacionada ao SM, pode ser de D/s, quando o dominador castiga a submissa para que ela o obedeça. O ponyplay, prática de disciplina e dominação, pode ser também sádica, caso a submissa odeie pôneis ou se sinta humilhada com a prática.
A complementação ou a interação entre essas duas vertentes opostas é o sadomasoquismo.
Caso uma pessoa tenha só uma tendência, daí será só sádica ou só masoquista, mas existem pessoas que são sádicas por vezes, mas também são masoquistas em outras; tais pessoas são denominadas sadomasoquistas.
** Fonte de pesquisa
Wikipédia- https://pt.wikipedia.org/wiki/BDSM#Bondage_e_Disciplina
O que é relação 24/7
24/7, Consensual não-consensual, TPE
Uma relação-BDSM pode apresentar vários graus de profundidade. Pode ser apenas virtual no início e depois ir evoluindo e cada vez ficando mais intensa.
Quando uma relação sai do virtual e passa para o real, geralmente acontecem sessões esporádicas entre o casal e com o tempo, caso eles desejem isso, a relação pode chegar a ser full time, 24 horas por dia, 7 dias por semana, daí a expressão 24/7, embora talvez melhor expressão fosse 24X7.
Nessa relação o vínculo-BDSM é integral; a despeito de não ocorrerem sessões e práticas o tempo todo, o domínio persiste, sendo que certos ritos e atitudes podem ser convencionadas para momentos mais descontraídos, quando não se está em sessão.
Não se está dizendo que a escrava ficará recebendo chibatadas ou sendo amarrada o tempo todo, mas sim que o tempo todo tal pessoa estará à disposição do TOP, que poderá requisitá-la para alguma prática que o satisfaça a qualquer hora. Parece requisito essencial do 24/7 que o casal more junto ou ao menos muito próximo, de modo que o dono possa dar ordens à escrava quando quiser.
No 24/7 ainda existem as safewords: a escrava pode se negar a fazer práticas específicas se isso ferir seus limites.
O próximo estágio em termos de entrega é uma relação “consensual não-consensual”, em que a escrava pode até expor seus limites (ou deixar que o TOP vá descobrindo), mas em que ela não poderá usar uma safeword para recusar determinadas ordens. O único direito que a escrava tem é de sair da relação, de “pedir para sair”, todavia, enquanto estiver nessa relação, terá de obedecer qualquer ordem de seu dono. Destarte, nesse nível de intensidade, a escrava tem de escolher bem o dono a quem se submeterá porque estará inteiramente a seu dispor, facultado a ela o direito de desistir da relação como um todo, conforme dito acima.
O tipo de relação supracitada se costuma chamar TPE – Total Power Exchange (Troca Total de Poder): todo poder é conferido ao TOP, que deve saber usá-lo de modo a adequar suas ações ao São, Seguro e Consensual.
Entretanto, existem variações desse tipo de relação, em que os participantes resolvem convencionar que nenhum deles ou que somente a escrava não poderá dizer que quer sair, que desiste da relação como um todo. Esse tipo de relação, que nega o direito de desistência da escrava ou da escrava e do dono, é errada e ilegal, pois todo ser humano tem o direito de escolher com quem conviver e se relacionar, sendo um direito inerente a nossa condição de seres humanos.
Logo, ao menos o direito da escrava e/ou do dono acabar com a relação deve ser preservado e mantido intocado.